O crente pode beber bebidas alcoólicas?
Gosto de perguntas inteligentes, quem não as aprecia? Em especial aquelas que nos fazem pensar e renovar nossos conhecimentos.
Dia destes, numa conversa, surgiu um comentário interessante que pode povoar a mente dos neófitos e dos menos avisados: “Porque é que o crente não pode beber? Jesus bebia vinho. Ele até fez a água virar vinho numa festa.” E logo disparou sua conclusão: “Se Jesus é o exemplo que vocês seguem, então o crente pode beber sim.”
E aí?
Acontece que o vinho daqueles tempos, era muito mais fraco do que o vinho que conhecemos hoje. Enquanto uma das razões para isso era a adição de água à bebida, outra razão era a de que o vinho era naturalmente fermentado. Açúcar e fermento não eram adicionados ao vinho.
O vinho de Israel nos tempos de Jesus equivalem ao suco da uva. O Fruto da Videira, o substantivo “fruto” (gennema) denota que é o produto em estado natural, da mesma maneira em que foi apanhado. Vinho fermentado não é o “fruto da videira” natural.
Com alguma segurança podemos dizer que as uvas teriam uma grande quantidade de açúcar em razão do clima quente e seco. Como não usavam aditivos, a fermentação dependia apenas da ação de fermentos naturais, que não são eficientes o bastante para converter o açúcar em álcool, seria também doce em razão do açúcar não convertido.
“E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou o mestre-sala ao esposo, E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.” João 2:9 e 10
O vinho inicial é o da alegria meramente humana, infinitamente inferior ao vinho da renovação espiritual em Jesus, que nos trás a alegria profunda e eterna.
O vinho de Jesus é o novo vinho em odres novos: mosto não fermentado.
Outros pontos importantes das escrituras quanto às bebidas com teor alcoólico são as suas conseqüências: provocam brigas e perda do domínio próprio (PV 20:1), empobrecimento (PV 23:20 e 21), contenda (PV 23:29 e 30), mortes (PV 23: 31 a 33), injustiça (PV 31: 4 e 5), corrupção dos costumes decentes (HC 2:15), quem bebe não percebe a volta de Jesus (1 TS 5:5 a 9) e a perda da salvação eterna (1 Co 6:9 e Ap 21:8).
Beber é obra da carne e não fruto do Espírito Santo (GL 5:16 a 23), logo não há como herdar o reino de Deus, pois a carne deseja aquilo que é contrário ao Espírito.
A bebida é um viés, ou seja, uma porta aberta para coisas ruins. Para quê vamos querer algo que não nos trás nada de bom?? Árvore ruim, fruto mal; abismo chama abismo.
Um aspecto espiritual relevante é a simbologia bíblica associada à fermentação: corrupção e vaidade humana, prepotência, soberba, contaminação (Marcos 8:10), características contrárias ao caráter do Senhor; enquanto que a não-fermentação remete à pureza, sangue de Cristo, derramado na cruz para remissão de todos os nossos pecados.
O sábio respeita a Deus e se desvia de todo o mal.
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